Essa coisa de homem perfeito não deve existir, mas Xavier Rush fica terrivelmente próximo. Um veterinário lindo, como um deus grego, aconchegando um gatinho no colo? Isso mesmo. Até Xavier
abrir a boca e provar que até deuses esculturais podem dizer a coisa errada. Tipo, muito errada. Com certeza, não há nada que Samantha goste mais do que comprovar que um idiota está errado… a menos que, é claro, ele reconheça que cometeu um erro. Mas, depois de um encontro incrível e aparentemente interminável – possivelmente o melhor da história – Samantha é forçada a admitir a verdade, que sua família está em crise e qualquer tipo de relacionamento seria impossível. Samantha pede para Xavier esquecê-la. Para se lembrar da noite que passaram juntos como um momento perfeito, por pior que isso seja. Porém, nenhuma distância ou tempo é suficiente para esquecer o que há entre eles. E a única coisa melhor do que uma única recordação é fazer uma vida – e até mesmo um amor – valer a pena ser lembrado.
Trecho:
Eu agi mal. Meu comportamento foi pouco profissional e inadequado. O auge da exaustão e do cansaço geral em lidar com outros humanos. Mas eu já tinha me libertado disso e, normalmente, era o suficiente para seguir em frente.
Porém não consegui deixar pra lá. Não sei por quê.
Não, eu sei sim. O motivo é ela.
Geralmente, coisas que as pessoas falam sobre a minha personalidade não me incomodam. Eu sou seco. Sempre fui. Ela tinha todo o direito de dizer o que disse e me chamar do que chamou. Ela nem
foi a primeira a fazer isso. Mas, vindo dessa mulher, me atingiu de forma diferente, por alguma razão. Fiquei incomodado por decepcioná-la.
Isso me fez prestar mais atenção, nos últimos dias, para pegar leve com as pessoas. Como se ela fosse ficar sabendo, de algum jeito, da minha grosseira com alguém e isso pudesse desapontá-la.
Isso era ridículo em diversos níveis, mas eu estava fazendo, mesmo assim.
E, agora, ela estava aqui.
Fui ao banheiro para checar meu cabelo. Então, fiquei furioso comigo mesmo, porque ela não estava aqui para me ver. Ela estava aqui para eu olhar a gata dela. Sai e fui direto para o corredor, para acabar logo com isso, e voltei imediatamente. “Qual sala?”
Maggie estava esperando por mim.
“Dois.”
Sai novamente. E voltei.
“Tablet”, eu disse.
Maggie estava lá parada, sorrindo, segurando o tablet, como se soubesse que eu ia voltar. Estreitei os olhos para ela, peguei o tablet e sai. De novo.
Quando abri a porta da sala dois, Samantha estava no mesmo lugar que da última vez, com a gata apoiada na camisa.
“Olá, Dr. Rush”, disse ela, ironicamente.
Linda. Ainda mais que da última vez.
“Senhorita Diaz”, respondi com voz baixa.
Fui até a pia lavar as mãos, principalmente para ganhar tempo, antes de ter que conversar com ela.
