O que acontece em Amsterdã
Apaixonar-se pelo marido é tudo, menos conveniente, nesse romance incrível Dani Dorfman chegou aos trinta sem saber o que quer fazer da vida. Quando um relacionamento no trabalho termina mal e ela acaba demitida, se candidata a um emprego em Amsterdã, sonhando em escapar da bagunça que criou, porém sem imaginar que daria certo. Só que ela consegue o emprego. E, ao final da primeira semana em Amsterdã, ela se sente mais sozinha do nunca. Então, ela tromba de bicicleta com seu ex-namorado do ensino médio e, de repente, a vida fica cheia de oportunidades. Wouter van Leeuwen era um aluno holandês de intercâmbio que a família de Dani hospedou, um amor proibido que acabou em um rompimento doloroso. Anos mais tarde, ainda há uma forte química entre os dois e talvez também um pouco de ressentimento. O mais importante é que Wouter precisa se casar para herdar uma linda propriedade de família em um canal e, quando o trabalho de Dani não dá certo, ela necessita de um visto para ficar no país. Ao se juntarem, de forma inesperada, em um casamento por conveniência, Dani precisa decidir se sua nova vida é outro erro ou se vale a pena arriscar uma segunda chance.
Página 10 Agora estou sozinha em um país novo, com nada programado até começar a trabalhar na semana que vem. Isso dá um frio na barriga. Aquela conexão, que um dia eu pensei que tinha, está agora tão distante que poderia ter sido com outra vida, não fosse apenas com esse lugar. Havia também uma pessoa. O primeiro a partir meu coração. Tento não pensar nele, mas agora que estou aqui, é inevitável. Por uma fração de segundo, fico apavorada com a possibilidade de encontrá-lo, embora, na verdade, somos só duas agulhas num palheiro de um país de dezessete milhões de pessoas. No entanto, ele pode estar em algum lugar na Holanda, desenhando a paisagem da sua janela, da mesma forma que fazia na nossa mesa da cozinha. Ou talvez não. Pode ser que ele tenha partido novamente com uma mala de promessas vazias, do mesmo jeito que me deixou.
Página 26 “O que você está fazendo aqui?”, ele pergunta, já que não estamos mais bloqueando o tráfego. Agora sua voz entra nas áreas mais aconchegantes da minha memória. Eu deveria ter reconhecido imediatamente, mesmo treze anos depois. Nunca pensei que esqueceria o som da primeira voz que me disse eu te amo. Em inglês e, depois, em holandês. Abraço mais forte minha jaqueta, mas não consigo decidir se estou com muito calor ou com muito frio. “Aparentemente, tentando te atropelar.” A piada foi meio sem graça. Estou em choque, e minha perna esquerda está doendo muito. “Droga, desculpa. Estou tentando assimilar isso.”Wouter van Leeuwen ainda mora em Amsterdã. Wouter van Leeuwen está aqui, bem na minha frente, depois das promessas que nós fizemos e dele ter terminado tudo de forma insensível e, antes disso, do relacionamento que não podíamos contar pra ninguém. Apesar de todo o caos que causei nos últimos cinco minutos, ele sorri. Como se estivesse feliz em me ver, quando a sensação que percorre o meu corpo é mais de pânico e pavor, com uma pitada de conflito não resolvido por cima. “Você está…” Ele para de falar, como se estivesse se dando conta de como eu estou exatamente – como se eu tivesse acabado de ter saído de um canal – e, então, enrubesce, quando a avaliação descarada que faz de mim dura um pouco a mais. “Uau,” ele conclui, e eu não tenho certeza de como interpretar isso. “Quanto tempo você vai ficar por aqui?” “Estou morando aqui,” digo. “Consegui um emprego em uma startup. Essa foi a minha primeira semana.” Agora o sorriso ganha uma expressão de pura incredulidade. “É sério? Você está morando aqui, em Amsterdã? Minha nossa. Tem uma cafeteria que eu gosto logo ali na próxima rua. Vamos lá tomar alguma coisa, daí você me conta tudo.”
Confira o original em inglês: